Ontem fomos jantar fora. Um bacalhau na brasa com batatas a murro. Com
azeite, alho e alecrim. Assim, simplesmente. Boa comida, bom ambiente, bom
serviço, que nos fazem querer voltar e experimentar outros pratos da ementa,
quase todos dedicados ao bacalhau.
Fomos ali parar depois de bastante tempo a procurar na internet um restaurante
para jantar com amigos e depois de vários nos dizerem que estavam completos. Um
sábado à noite, em Lisboa, parece ser sinónimo de que, ou tínhamos de ter
pensado nisso uns dias antes e começar a procurar e reservar com tempo, ou então
teremos de nos sujeitar a simplesmente ir e depois logo se vê. Sabemos que
neste último caso a noite certamente não iria correr pelo melhor.
E soube tão bem. Faz-nos querer voltar a ter
restaurantes, a sério. Não daqueles em que temos de marcar com muita antecedência,
ou que não aceitam marcações e estamos horas numa fila, ou ainda pior, que
funcionam por turnos e nos põem literalmente na rua quando o nosso tempo acaba.
Restaurantes que estão na moda, e cujas críticas nos criam expectativas que
tantas vezes resultam em desilusão. Restaurantes que nos oferecem pratos que
parecem verdadeiras obras de arte, mas que descuram outros aspectos fundamentais
como o seu sabor, e onde tantas vezes o serviço não está à altura.
Não tenho nada contra uma cozinha sofisticada, bem pelo
contrário. São normalmente os restaurantes de alta cozinha, conduzidos por
Chefs de renome, que marcam tendências e modas, com a sua elevada criatividade e
profundo conhecimento técnico, e oferecem assim experiências gastronómicas
únicas. São também estes espaços responsáveis pela projecção nacional e
internacional da nossa gastronomia. Ainda bem que existem. No entanto, serão sempre
pontuais as visitas que fazemos a esses espaços.
Mas quando vamos
comer fora queremos algo diferente: queremos restaurantes de verdade, daqueles
em que nos sentimos bem logo que entramos, pelo ambiente que também a própria
decoração proporciona, e onde somos recebidos com simpatia e profissionalismo. Procuramos uma cozinha viva, próxima, reconfortante,
saborosa, mas também criativa. E queremos demorar o nosso tempo, talvez até
pedir mais uma garrafa de vinho e disfrutar.
Quando pensamos em
jantar fora de novo ou quisermos aconselhar alguém, esse restaurante vem-nos à
mente.
Serão estes
restaurantes que melhor resistem às modas, mantendo-se nas nossas vidas,
criando memórias. Restaurantes de verdade.

E foram onde?😀
ResponderEliminarOlá Luísa!
EliminarA Casa do Bacalhau, no Beato!